quarta-feira, 2 de setembro de 2009


Beijo, de língua, sedutor, demorado... Ai, que nojo... Quem disse isso? Foi aquela senhora. O que faz aqui, minha senhora? Estou olhando. Por acaso no seu tempo não havia beijo, as pessoas transavam sem beijar? Era. Muito ruim a transa, não era não? Como o senhor sabe? Ah, muito fácil deduzir: beijo é bom demais, uma delícia, dá sabor à transa, minha senhora, olhe, o seu tempo já passou, agora beijar é permitido, é gostoso, a moral agora é outra, as pessoas sentem prazer, são mais felizes. Estou vendo, sim senhor. Está, pois é, se quiser pode continuar vendo, mas não pode dar palpite, atrapalhar, dizer “ai que nojo”... É que acho nojento, aprendi a achar, sabe, senhor, não consigo ver sem sentir asco... Assim vocês reprimiam o desejo, sentindo nojo? E então? Isso funcionava, minha senhora? Nada, o desejo vinha misturado com mal-estar, mas não deixava de vir não... Então, gostou do que viu aqui?! Gostei, só um pouco, ouviu, porque aprendi que beijo é nojento, é pecado, coisa permitida só entre gente casada, às escondidas, quando a mulher era assanhada. Ainda bem que não nasci no tempo da senhora; sentir nojo de beijo é que é um pecado, olhe aqui, se quiser pode ficar vendo, mas sem opinar, como já lhe disse, fique caladinha, por favor, só apreciando, vamos lá, de novo: Beijo, de língua, sedutor, demorado... Ai, é bom, bom, bom demais...

Nenhum comentário:

Postar um comentário